Modo de falar todo próprio e
simpático do baiano.
A
A Pulso – À força.
À Toa – Parado.
Abafa-banca : cuba de gelo com sabor de sucos de frutas.
Abecê – Abecedário
Abestalhado – bobo.
Abrir o Gás – Se mandar, ir embora.
Abusar – Perturbar, encher o saco.
Afetado – Menino com jeito de fresco.
AFF! – Puxa vida!
Agoniado – Aflito, apressado, estressado.
Agreste – Bruto, grosso, mal educado.
Agrestia – Baixaria, mau gosto. No baba(futebol), quando alguém é agreste, o cara “chega na agrestia”, na violência.
Água-Dura – Cachaça.
Aí Fedeu – Aí já era.
Aimpim – Aipim.
Amassado (Roupa) – Amarrotado.
Amigo Secreto – Amigo oculto.
Aonde – De jeito nenhum. (“o Bahia vai ganhar do Vitória.” “Aonde?!”)
Arabaca – Carro velho, máquina velha.
Arerê – Confusão, agito.
Armengue – Improviso, gambiarra.
Arraia – Pipa.
Arreia – Apavora, detona, comanda. (“A Torcida Imbatíveis arreia!”)
Arreliar – Fazer pouco caso.(para os paulistas “zoando, meu!”)
Arribar – Levantar, ir embora.
Arrodear – Dar a volta num lugar.
Assanhado – Cabelo despenteado.
Assento – Bunda.
Assistir (o jogo) – Ouvir pela rádio.
Assuntar – Prestar atenção.
Atirado – Ousado, que se mete sem ser chamado.
Auê – Zorra, agito.
Ave Maria! – Interjeição pra qualquer situação.
Avexado – Apressado.
Avionado – Disparado, correndo muito.
Avoar – voar.
Azuado – Pertubado.
B
Badogue – Estilingue.
Badogueira – Mulher muito feia.
Bagunhar – Segurar firme; tomar algo na raça.
Bahêa – Guardador de carro.
Baleado – Queimada (jogo infantil).
Banca – Aula particular. (“meu filho faz banca de português”)
Banda – Pedaço, parte.
Banho-de-Cuia – Lençol no futebol.
Barão – Gente rica, milionário.
Barona – Milionária, madame.
Basqueteira: calçado tipo tênis.
Bater no fundo – Bater na traseira de um carro.
Beinho – Benzinho.
Bestagem – Bobagem, babaquice.
Binga – Pau, cacete.
Boca-de-lobo – Bueiro.
Bocó – Otário.
Boiado – Cansado.
Boiar – Cansar.
Bolacha – Biscoito.
Bolinho-de-estudante – Bolinho de tapioca.
Bom – Grande. (“Aquele é um bom sacana”)
Bombom – Bala.
Borboleta – Torriquete de ônibus.
Borimbora – Vamos embora.
Borrão – Rascunho.
Botar pilha – Botar fogo, estimular briga.
Bozenga – Mulher feia.
Bozó – Despacho de macumba.
Bragueado – Cansado pra cacete; atrapalhado.
Brau (Brown) – Cafona; de mau gosto. (Agora vc sabe de onde vem Carlinhos Brown )
Brega – Zona, puteiro.
Brenfa – Groupies, mulher que dão em cima dos rockeiros.
Brôco – Desorientado, desordenado; velho esclerótico.
Bronha – Punheta.
Bufa fria – “Você é Bufa fria!”, um cara muito zé-mané.
Bufa, Bufão – Mané, aquele que é uma merda em alguma coisa. Bufa pode ser usado no lugar de merda também. (“Que Bufa!”)
Bufar – Peidar.
Bufento – Empoeirado.
Bujão – Gordo.
Bulir – Mexer, tocar. (“Não bula aí, menino!”)
Buzu – Ônibus.
C
Cacareco: bagulho, objetos sem valor.
Caceta – Cacete, pau.
Cacete armado – Confusão.
Cacetinho – Pão francês.
Cachação – Tapa na cabeça ou no pescoço.
Caco – Vaso de planta.
Café-com-leite – Criança que entra na brincadeira, mas só pra participar, sem ganhar ou perder, pessoa inexperiente.
Cair Matando – Comer tudo; dar porrada.
Caixão e Vela – Morreu aí; não há mais o que fazer; gol no futebol.
Calçola – Calcinha.
Calçolão – Aquele que só sai de casa com a namorada.
Camarão – Pessoa que fica vermelho em momentos incômodos. (Rodrigo Nunes)
Cambito – Perna fina.
Campado – Ferrado. (“Tô campado!”)
Canetão – CDF. Aquele que estuda muito.
Canetar – Estudar pra caramba; entregar alguém, dedurar; multar.
Canguinha – Pão-duro.
Canguinhagem – Pão-durismo.
Canjica – Papa de milho.
Cão chupando manga – Diz quando alguém é bom em alguma coisa. (“Romário é o cão chupando manga.”)
Capote – Casaco de frio; carne com capa de gordura por cima.
Caqueiro – Vaso de planta.
Cara-de-fuinha – Pessoa com nariz achatado ou defeituoso.
Cara-de-pum – Mané, bobão.
Carecer – Precisar (“Carece não, viu?”)
Caroara -Tremedeira nas pernas.
Carteira – Mesa de trabalho, de escola.
Caruara – Diarréia, dor de barriga; amarelar na hora H. (“Deu caruara em Ronaldinho”)
Casquinha – Pão-duro.
Casquinhagem – Pão-durismo.
Catiguria – diz de quem tem habilidade, categoria.
Certa feita – Uma vez. (“Certa feita eu ia passando por ali…”)
Chamar Raul -Vomitar.
Checreté – Doido, abilolado.
Chegue – Vem cá.
Chegue à frente – Entre, participe da conversa.
Chegue mais – Vem cá.
Cheguei – Qualidade de um objeto de cor viva, que chama atenção. (“Aquele camisa rosa é cheguei!”)
Cheio de guéri-guéri – Cheio de onda.
Cheio do pau – Bêbado.
Chiar – Reclamar.
Chibata – Vara de madeira.
Chibiu – vagina.
Chibungo – Sacana; viado.
Chico – Abreviatura de chicote.
Chieiro – Que reclama de tudo, que enche o saco.
Chororô – Choradeira. (“Quando eu fui embora, foi o maior chororô.”)
Chupa-molho – Carne de Segunda com osso.
Classificador – Pasta escolar, usada pra guardar papéis.
Coberta – Lençol.
Cocada-de-amendoim – Pé-de-moleque.
Cocó – Palavra que vem da abreviação de crocodilo, designa pessoa não confiável, escrota; hipocrisia.
Cocó viola! – Pessoa muito cocó.
Colé – E aí?, Tudo bom? (corruptela “de Qual é “)
Colé de mermo mermao? – Saudação, Tudo bom?
Com certeza – Pode crer. (usado sempre como interjeição, respondendo afirmativamente)
Com certeza, sem medo de errar! – Usado como interjeição, geralmente como reforço.
Comer água – Beber.(bebida alcoólica)
Comer barro – Comer mosca, vacilar.
Como quê – Pra cacete (“O café tá quente como o quê!”)
Cordão – Barbante.
Corrente – Gente fina, amigo de fé (“Rodolfo é minha corrente!”); cordão de jóia.
Correr a casa – Visitar, conhecer a casa.
Corropio – Rodopio.
Couro comeu – Houve briga. (“…aí o coro comeu!”)
Cozinhar o galo – Enrolar, fazer corpo mole.
Creca – Ferida infectada; pontos de ferrugem em carro.
Crendeuspai! – Creio em deus pai! , usado como “minha nossa, sai pra lá!”.
Criar cabelo – Deixar o cabelo crescer.
Criatura – Pessoa, alguém. (“O criatura, vá buscar as roupas…”)
Cucurute – Região posterior da cabeça.
Culhuda – Mentira.
Culhudeiro – Mentiroso.
Curiar – Olhar com curiosidade.
D
Dalícia: delícia, delicioso.
Daqui pra – Até. (“Daqui pra sexta-feira eu te entrego.”)
Daqui prali – Logo, de imediato. (“Esse cara arruma confusão daqui prali.”)
Dar – tomar aula de. (“Hoje dei física e inglês na escola.”)
Dar broca – Dar porrada.
Dar língua – Fazer careta.
Dar no couro – Conseguir fazer alguma coisa; transar.
Dar nome – Falar palavrão.
Dar o gás – Se mandar.
Dar o leite – Entregar o ouro, dar a dica; quando o goleiro franga.
Dar ozadia – Dar espaço para, dar uma brecha (“Deu ozadia… agora todo dia, ele vai querer um pouquinho.”)
Dar rasteira em cobra – Cambalear. (Bêbado)
Dar testa – Enfrentar, reagir à altura.
Dar trela – Dar corda, alimentar uma conversa; dar moleza.
Dar um agrado – Dar gorjeta.
Dar um cheiro – Dar um beijo, fazer carinho.
Dar um nó – Driblar no futebol.
Dar um salto na cidade – Ir à cidade.
Dar um tiro – Pedir preço muito alto por alguma coisa. (“Pô, quando eu perguntei quanto era, o cara me deu um tiro.”)
Dar um zignal: fugir; deixar alguém esperando e não dar notícias.
Dar uma dura – Dar um corte em alguém.
Dar uma regulagem – Dar um esporro, reclamar.
Dar uma roubada – Dirigir um pequeno trecho na contra-mão.
De bicuda – o futebol, dar um chute de bico, chutar muito forte.
De botuca – Olhando, espiando.
Dê cá – Me dê. (“Dê cá isso, menino.”)
De fulano – Do fulano. (“Esse lápis é de Antonio.”)
De hipótese alguma – Em hipótese alguma.
De Hoje – Há muito tempo. (“De hoje que eu tô aqui esperando!”)
De hoje a oito – Semana que vem.
De hoje a quinze – Daqui a quinze dias.
De junto – Perto, próximo.
De marca – Objeto de loja ou griffe famosa.
De menor – Menor de idade.
De prega – À toa, coçando o saco.
De prima – No futebol, chutar de primeira.
Debaixo da saia – No futebol, joga entre as pernas do adversário; protegido.
Defronte – Em frente.
Deixe estar! Ou Deix’star ou Destá – Cé vai ver!, Vou me vingar!
Delegado – No futebol, o cara que não toca a bola pra ninguém.
Demorô! – Vamos agora!
Desacerto – Azar. (“Foi o maior desacerto da vida dele!”)
Desapartar – Separar.
Desassuntado – Sem vergonha.
Descaração – Pouca vergonha.
Desembocar – Desvirar.
Desencher – Esvaziar.
Desmilinguido – Desconjuntado.
Despelar – Descascar a pele queimada de praia.
Despirocado – Maluco, louco, azuado.
Despongar – Descer do ônibus, trem ou bonde.
Destabocado – Puto da vida.
Destorcer – Alinhar, acertar. (destorcer o arame)
Destrambelhado – Desarrumado, desajeitado.
Deu revertério: mudou o rumo da coisa.
Deus é mais! – Nossa, sai pra lá!
Deus que me livre! – Deus me livre.
Digaí! – Como é que vai?
Dor de corno – dor de cotovelo.
Dor de facão – Dor no baço, depois de algum esforço.
Dos tempos! – Há muito tempo.
Doze horas da noite – Meia-noite.
Doze horas do dia – Meio-dia.
E
E esse (…) todo? – E como vão esse (…)? (“E essas mulheres de Campinas toda?”)
Ê lêlê! – Interjeição em um momento de grande expectativa.
É mesmo, cara! – Poxa vida, nunca tinha pensado nisso!
É ninhua! – Pode deixar comigo.
É taca! – É difícil!
É uma moça. – Diz-se quando alguém é muito educado.
Eclér – Zíper.
Edcétera – Etcétera.
Em Comunicação – Quando o telefone está ocupado.
Embecado – Muito arrumado, bem vestido.
Embocar – Virar de cabeça pra baixo.
Empata o baba – Atrapalhar, se vingar.
Empatar – Perturbar, atrapalhar.
Empecado – Acompanhado de um monte de gente.
Empesteado – Cheio de alguma coisa, infestado. (“Ópaisso, Daniela tá com a cabeça empestada de piolho!”)
Empinar arraia – Saltar pipa.
Encanador – bombeiro hidráulico.
Encanar – Dedurar.
Encardido – Muito sujo.
Encurtar conversa – Resumir, finalizar.
Enfastiado – de saco cheio, desanimado.
Engarguelhar – enforcar.
Enricar – Ficar rico.
Enrolar – Embrulhar. (“Enrola pra mim dois pacotes de manteiga.”)
Enrolar o volante – Virar o volante, fazer uma volta.
Enterrar o baba – No futebol quando alguém não joga bem e é culpado pela derrota; quando alguém atrapalha outra pessoa em alguma coisa.
Entupido – Com prisão de ventre.
Enxame de gente – Muita gente.
Esbuguelado – Estragado, arrebentado.
Escarreirado – Apressado.
Esmolér – Mendigo.
Espanta-nigrinha – Perfume barato.
Esparro – Fria. (“O cara entrou no maior esparro!”)
Essa menina – Tipo de tratamento vocativo. (“Ô essa menina venha cá!”)
Estabocar – Arrebentar.
Estilo – Bem vestido. (“Você tá estilo hoje.”)
Estrompado – Cansado em excesso.
Êta!: Poxa!
Eu acho que não, hein! – Interjeição quando algo não está correto.
Eu mesmo não – Eu não. (“Eu mesmo não gosto de teatro.)
F
Fábrica – Escola pagou-passou.
Fação – Muito fácil.
Fala mais do que a nega do leite – Fala muito.
Falapau – Farra, cachaçada.
Falar ozadia – Falar palavrão ou de coisas obscenas.
Farda – Uniforme escolar.
Fatia-de-parida – Rabanada.
Fátima – Esmalte de unhas.
Fátima: Esmalte de unhas.
Faz bem uma hora – Há uma hora.
Fazenda – Pano, tecido.
Fazer – Dizer. (“Aí ele fez assim…”)
Fazer enxame – Juntar gente, fazer estardalhaço.
Fazer figa – Causar inveja; torcer.
Fazer nero: colocar touca para alisar o cabelo.
Fazer o balão – Fazer o retorno no trânsito.
Fazer ozadia – Fazer coisas obscenas; transar.
Fecha a porta, Maria – Dormideira. (plantinha que se fecha quando tocada)
Ferramenta – Pau.
Ficar de recuperação – Ficar de Segunda época, prova final na escola.
Fichinha – Coisa fácil; pessoa inexperiente ou fraca em alguma coisa.
Filar aula – Matar aula.
Fim-de-linha – Ponto final; área nas cercanias do ponto final do ônibus.
Fitifiu – Vaia.
Foi mal – Desculpe.
Forrar o livro – Encapar o livro.
Frasco – Qualquer tipo de recipiente de vidro.
Freguês – Usado tanto para o vendedor como para o comprador. (“Ô freguês, me dê um caranguejo aí.”)
Fren – Amigo, cara, corruptela de friend . (“E aí, meu fren!”)
Frete: flirt, paquera.
Frigidér – Geladeira.
Friza – Freezer.
Fubuia – Cerveja, cachaça, cachaçada.
Fuleiro – Simples, algo com pouco recursos.
Funcionar o motor – Ligar o motor do carro.
Furico – Anús.
G
Gabiru – Gente da roça, caipira.
Gala – Esperma.
Galalau – Magro e alto.
Galego – Louro.
Galera do mal – A turma, a patota.
Galinha gorda – Jogar prendas pra molecada disputar.
Ganança – Ganância.
Garapa – Qualquer refresco muito doce.
Gás – Querosene.
Gasosa-de-limão – Refrigerante. (soda limonada)
Geladinho – Sorvete no saquinho.
Gororoba: diz-se da comida simples feita de improviso.
Grade – Caixa de cerveja.
Grafite – Lapiseira.
Grande – Cara (vocativo) (“Ô grande, dê uma ajuda aqui.”)
Graxeira – Empregada doméstica.
Guaraná – Qualquer refrigerante. (“Me dê um guaraná de limão aí!”)
Guidão – Guidom.
H
Héuris – Cara. (“qual é, meu héuris?”)
Humilhante – Ônibus.
I
Idéia de jerico – Idéia boba besteira.
Inhaca – Cheiro ruim do sovaco.
Interromper (o carro) – morrer o carro.
Invasão – favela.
Irmão de consideração – Irmão de coração, adotivo.
J
Jaburu – Mulher feia.
Jante – Roda de carro.
Jedi – Aquele cara guerreiro, que pega mulher feia.
Jegue-manso – Come-quieto.
Jogar um barro – Cagar.
Jóquei de cabrito – Pessoa de baixa estatura.
L
Lá ele – Outra pessoa, não eu.
Lá no jébi-jébi – Longe pra cacete.
Lambisgóia – Mulher magrinha e sem graça.
Lamentável – Interjeição diante de uma algo deprimente ou execrável.
Lapiseira – Apontador.
Lascar – Rasgar.
Latrina – Vaso sanitário.
Lavanderia – Tanque.
Lavar a jega – Se dar bem, lavar a égua.
Lenhado – Em má situação, em mau estado.
Ler de carrerinha – Ler rapidinho.
Lera – Ironia, gracinha, provocação.
Leseira – Preguiça.
Leso – Bobo.
Levar baculejo – Ser revistado pela polícia.
Levar um chelp – Levar um fora.
Licença / Cença aí – Com licença.
Limar: excluir; deixar fora dos planos; queimar.
Lisar a roupa – Passar a roupa.
Liso, leso e louco – Duro, sem um puto, sem grana.
Lontra – Burro, estúpido.
Lorde – Arrumado, educado.
Lorpa – Mulher muito feia.
M
Machucado – Amarrotado (“O telefone tá é machucado!”); amassado (“Hoje quero banana machucada com leite ninho.”)
Magoar – Machucar um lugar já machucado; zombar.
Mais – Com. (“Eu vou mais Paulo pra Morro de São Paulo.”)
Mais eu – Comigo. (“Você vai mais eu?”)
Mais logo – Logo mais.
Mais nunca – Nunca mais.
Malassado – Mal passado.
Malmente – Mal. (“Ele malmente sabe falar português, que dirá inglês!”)
Mamão – Mané, bobão.
Mangaba – Muito fácil. (“Aquela prova tava mangaba.”)
Mangangão – Autoridade, manda-chuva.
Mangar – Gozar, sacanear. (“Você tá mangando de mim?”)
Mangar : sacanear, tirar um sarro.
Mangue – Confusão.
Manjuba – Vara, pau, cacete.
Mão-de-figa – Pão-duro.
Marreteiro – Caloteiro, trambiqueiro; aquele que deixa tudo pra depois.
Massa! – Jóia!, Legal! .
Matracar – Falar mal da vida dos outros.
Mealheiro / Meaeiro – Cofrinho de dinheiro.
Medecê – MDC (máximo divisor comum)
Médio – Mais ou menos.
Meeiro – Mais ou menos; sócio.
Melar – Sujar; atrapalhar o desenrolar de um campeonato no futebol.
Memecê – MMC (mínimo múltiplo comum)
Merenda – Lanche.
Meter bronca – Dar um pau, brigar.
Meu bom – Meu chapa.
Meu branco – Meu chapa, meu amigo.
Meu louro – Meu chapa, meu amigo.
Meu nego – Meu filho, meu chapa.
Meu pai – Cara. (“Digaí, meu pai!”)
Meu pai / Minha mãe – Pai / mãe.
Micareta – Micareme, carnaval fora de época.
Minduins – Amendoins.
Minha Pró – Professora.
Minha tia – Vocativo para alguém mais velho. (“Ô minha tia, dá licença aí?”)
Misse – Grampo de cabelo.
Missi: Grampo de cabelo.
Miuçalha – Miudeza.
Mocó – Sacola de palha.
Mocofiado – Escondido.
Mocorongo – Desajeitado.
Mondrongo – Coisa mal feita, de acabamento ruim; cara forte e desajeitado.
Montar bicicleta – Andar de bicicleta.
Morcego – Aquele que se pendura em ônibus.
Moreno – Negro.
Morreu aí – Fim de papo.
Morreu aí: diz-se quando o papo está encerrado.
Morródia – Hemorróida.
Mossa – Amasso do carro (ou de lata)
Motô – Motorista de ônibus.
Muriçoca – Mosquito, pernilongo.
Mutuca – Mosquito.
Muvuca – Festa de última hora; confusão; muita gente.
Muvuca: festa, agito.
N
Na biela – Sozinho, sem namorado.
Na casa – Aqui no trabalho. (“Tá faltando caneta na casa!”)
Na cocó – Pegar no flagra; chegar de surpresa; mal intencionado.
Na intenção – No pé de alguém, afim de conquistar ou pertubar.
Na lama – Na pior.
Na levada – Na onda, no ritmo. (“Vamo galera na levada do pelô”)
Na mão grande – Algo feito com poucos recursos, na marra.
Na molequeira – De brincadeira.
Na moral – Numa boa; vá lá… (“Meu pai, me dê dinheiro aí, na moral!”)
Na moral: numa boa, por favor.
Na paleta – A pé.
Na pindaíba – Na pior; sem grana.
Na pipoca – Brincar o carnaval sem ser em bloco.
Na prega – Sem fazer nada.
Na sua mão – Com você. (“Tá na sua mão.”)
Na tora – À força, obrigado.
Na tora: feito à força.
Não contar conversa – Não perder tempo.
Não tem (…) certa – Não tem nada que vá me impedir. (“Não tem chuva certa que acabe com minha praia.”)
Não tem errada – Não há como errar.
Não tem nem pra onde – De jeito nenhum.
Não vai dar pra melar – Não vai ser suficiente.
Natoralmente – De forma forçada, na marra.
Nessistanti / Nes’stanti / Nestanti – Agora há pouco, neste instante.
Nico – Mico.
Nigrinha – Alguém de baixo nível.
Nigrinhagem – Baixaria, baixo astral.
Nó-cego – Pessoa complicada.
Nove e quatro – Nove vírgula quatro (nota na prova), vale pra qualquer nota.
Num sabe? – Sabe? (“Acho que vou, num sabe?”)
Num tá aí, nem tá chegando – Não está presente.
Num tô cumeno nada disso – Nem vem que não tem, não tô acreditando nessa história.
Num tô cumeno reggae – Num tô comendo nada disso.
Num tô nem aí – Não quero nem saber.
O
Ô, mais tá! – Ora essa!, veja só!
Oferecida – Mulher que se joga para os homens.
Ói sua vida! – Olhe lá!, tenha cuidado!
Ói, me deixe, viu? – Por favor não toque nesse assunto, tá?
Olho grosso – Invejoso, olho gordo.
Ópaisso! / Ópraisso! / Ópraí! / Ópaí-ó! – Olha só!
Ora, tá! – Ora, essa!, veja só!
Oreba – Otário; lerdo.
Orla – Beira-mar.
Ouro da babi: coisa muito legal.
Ousadia – Impertinência, atrevimento.
Ôxe! Oxente!: expressões de espanto, surpresa.
Oxente – Puxa!, qual é?, que é isso?
Ôxi! / Ôxe! – Oxente!
Ozadia – Libertinagem, sacanagem.
P
Painho / Mainha / Voinho / Voinha – Pai / mãe / vô / vó.
Paleta – À pé.
Paletada – Caminhada longa.
Paleteiro – Quem caminha muito.
Palitinho (jogo) – Porrinha.
Pandeiro – Bunda.
Pano-branco – Mancha branca na pele.
Papeira – Cachumba.
Pare, viu? – Cê para, hein!
Paroano – Ano que vem.
Passadeira – Travessa de cabelo, diadema.
Passado (comida) – Estragado.
Passar batido – Passar ligeiro, passar sem notar; entender algo facilmente.
Passarinha – Paço de boi frito em fatias.
Passeio – Calçada.
Patão – Otário, bobão.
Patapata – Escova de cabelo daquelas que enfia o dedo.
Patolino – Muito patão.
Pau caixola – Grande briga com uso de instrumentos ou armas.
Pau viola – Grande briga na mão, sem uso de pedaços de pau ou qualquer objeto.
Peba – Tapa na testa; de má qualidade; não original.
Peça – Buffet; armário.
Pé-de-gente – Pessoa. (“Não apareceu nenhum pé-de-gente naquela festa.”)
Pé-de-pica – Pessoa de pau grande; coisa ruim; bronca, confusão.
Pé-de-planta – Muda de planta.
Pedir pra morrer – Sentir uma vergonha imensa.
Pegar no pé – Encher o saco, perturbar, ser insistente.
Pegar no tombo – Empurrar o carro pra pegar.
Pegar uma aposta – Fazer uma aposta.
Peguento: pessoa grudenta, chata, que pega no pé.
Perainda – Espera aí.
Percata – Sandália.
Periquito – Pipa, papagaio de papel.
Pescar – Colar na prova ou exame (escola).
Picado – Rápido, apressado.
Picar – Arremessar algo, jogar. (“Vou picar isto em sua cara!”)
Picuinha – Detalhe sem importância; frescura; intriga.
Picula (brincadeira) – Pique esconde.
Pilha – Mentira, lanterna.
Pilha-negra – Mentira muito grande.
Pinguço – Bêbado.
Pintão – Menino pertubado, arteiro.
Pintar – Perturbar, fazer arte. (“…e os meninos, pintando muito?”)
Plantar na testa – Chifrar.
Plantar na testa: colocar chifre em alguém.
Pó – Talco.
Pocar – Furar, estourar. (“Nos aniversários a criançada sempre poca as beixigas.”)
Poço (de bufa) – Mulher extremamente feia.
Pomba lerda – Lento, bobo.
Pongar – Pegar carona; embarcar na idéia de alguém; pegar ônibus ou trem em movimento.
Ponta de grafite – Grafite (de lapiseira).
Pontinho – Embaixadas no futebol.
Por nome – Chamado. (“Tinha um cara por nome André.)
Por vida – Direto, sempre, constantemente. (“Ele tem por vida ficar olhando as meninas.”)
Porre – Chateação, saco. (“A festa tava um porre!”)
Porreta – Legal, do cacete; gente fina; pode ser usado com ironia. (“Você é porreta, pega minhas coisas e nem me avisa!”)
Possa ser – Pode ser. (“Possa ser que eu vá.”)
Pra pirão – Pra valer.
Pregueiro – Que vive na prega, à toa, coçando o saco.
Presa – Barragem, represa.
Presilha – Alfinete.
Primo carnal – Primo de segundo grau, primo irmão.
Procurar conversa – Falar demais, ser inconviniente.
Procurar frete – Procurar confusão.
Pular de cabeça – Mergulhar de cabeça.
Punheta – Bolinho de tapioca tambem chamado de Bolinho de Estudante.
Purgando – Escorrendo pus.
Puro – Sem acompanhamento. (“Hoje comi feijão puro.”)
Q
Q-Boa – Qualquer tipo de água sanitária.
Quadrado – Cercado de bebê.
Qual é a de mesmo?(Colé de mermo?) – Qual é a boa?, E aí como vai?
Qual é meu rei? – Qual é, cara?
Quando acaba – Além de tudo, além do mais, ainda por cima.(“…e quando acaba vem me pedir desculpas.”)
Quartinho – Banheiro.
Que hora é essa? – Que horas são?
Que isso assim? – Que isso?
Que miséria! – Desabafo; Engraçadinho!
Que nem eu – Como eu.
Quebrado – Cansado; estragado.
Quebrar – Dobrar a rua.
Queimado – Bala, doce.
Queimar – peidar; faltar ao trabalho.
Queixão – Cara de pau, entrão, bicão.
Queixar – Tentar namorar, cantar alguém; pedir alguma coisa na maior cara de pau.
Quenga – Mulher feia.
Quente-frio – Garrafa térmica.
Quentura – Calor.
Quesito – Pergunta, questão de uma prova escolar.
Quetar – Ficar quieto. (“Quete aí, menino!”)
R
Rame-rame – Coisa comum, rotineira, repetitiva. (“Fica aí nesse rame-rame!”)
Ranço – Implicância; odor de suor.
Rebocado – Com certeza. (“Tá rebocado que eu vou pra essa festa!”)
Receba! – Aprenda!, viu só? (“Vitória enfiou 2×0 no seu time. Receba!”)
Rechear (a carne) – Refogar a carne.
Rei – Cara.
Rei da cocada preta – Metido a besta.
Renca – Um monte. (“Tinha uma renca de gente no meu carro.”)
Repare – Olha só, veja aqui.
Resultado – Aí então… , conclusão…
Retado – Muito bom; capaz; gente boa; invocado, puto da vida; bravo; interjeição de espanto (“Ô, retado!”)
Rodage – Estrada.
Rola – Pau, vara, cacete.
Rolete – pedaço de cana.
Romper o ano – Passar a entrada do ano novo.
Ronceiro – Preguiçoso, vagaroso.
Rótula – Rotatória, balão no trânsito.
Rumar – Jogar, lançar.
Rumbora? – Vamos nessa?
S
Sacrista – Sacana.
Sacudir (a poeira) – Limpar a casa, tirar a poeira dos móveis.
Saído – Aquele que gosta de aparecer.
Sair (bebida) – Servir bebida.
Sair na pipoca: quando o folião não tem bloco para sair no Carnaval.
Salitre – Maresia.
Saltar (do ônibus) – Descer do ônibus.
Sanitário – Banheiro.
Sapatona – Sapatão.
Sargaço – Alga marinha.
Se abrir – Se oferecer.
Se amostrar – Querer aparecer, ficar em destaque.
Se armar – Se dar bem; arranjar uma mulher.
Se arrombar – Se dar mal.
Se assunte! – Tome vergonha!; se ligue!; se olhe!
Se campar – Se dar mal.
Se estrompar – Se dar mal.
Se lenhar – Se dar mal.
Se ligue! – Se oriente, se toque, preste atenção.
Se olhe! – Procure seu lugar, me respeite!
Se oriente! – Tome jeito!
Se picar – Se mandar, ir embora.
Se plante, bróder! / Se prante, bróder! – Fique na sua!; Vamo brigar agora!
Se respeite! – Me respeite.
Se saia, rapa! – Se toque; se mande.
Seco – Muito afim de fazer algo. (“Hoje estou seco por um baba.”)
Segurar no pé – Encher o saco, vigiar, tomar conta. (“Essa mulher vive segurando no meu pé.”)
Segurar vela – Diz-se de quem acompanha sozinho um casal de namorados.
Sem quê nem pra quê – Sem mais nem menos.
Seu bichinho – Seu fulano.
Siga certo – Vá em frente.
Sinal – Pinta no corpo.
Sinaleira – Sinal de trânsito.
Só – Usado para reforçar algo. (“-Esse cara fala muito, né?/ -É, ele só fala!”)
Socado – Cheio, entupido.
Socorro – Estepe de pneu.
Solto na buraqueira: livre, desimpedido
Sombreiro – Sombrinha de praia.
T
Tá de calundu – Tá zangado, na bronca.
Tá ligado? – Entendeu?; Falou?
Tá mangaba – Tá moleza.
Tá na jante (pneu) – Tá gasto, tá careca.
Tá na pindaíba – Tá sem grana, tá duro.
Tá rebocado! – Pode crer!
Tá sem um puto -Tá sem grana, duro.
Tá um baba – Tá moleza.
Tabaréu – Caipira.
Tabaroa – Mulher caipira.
Taboca – Tipo de biscoito oco e arredondado; vantagem.
Tábua – Assento do vaso.
Taca – pau, cacete, pênis.
Taco – pedaço.
Tanque – Caixa d’água.
Taquiceiro – Taxista.
Taquinho – Pedacinho.
Ter arte do cão – Ser pertubado, traquinas.
Tiquinho – Pouquinho. (“Deixe só um tiquinho pra mim.”)
Tirado – Metido.
Tirar do tempo – Desregular o motor do carro.
Tirar idéia – Tirar onda.
Tirar o contrato – Assinar o contrato.
Tirar o corpo – Se mandar, dar o fora.
Tirar o pé de banda – Sair da jogada.
Tirar pergunta – Tirar satisfação.
Tô à toa: sem fazer nada.
Tô de maresia – Estou sem fazer nada, vagabundeando.
Tô pouco me lixando – Não quero nem saber.
Tóchico – Tóxico.
Tolete – Peloto de cocô.
Tomar raiva – Ficar com raiva.
Tomar tenência na vida – Tomar jeito.
Tomar um chá de se pique – Retirar-se, ir embora.
Tomar um chelp – Descobrir que estava errado; se dar mal em alguma discussão. (“Foi discutir com a professora e acabou tomando um chelp!”)
Tomar uma – Beber. (bebida alcoólica)
Tope – Tamanho. (“Ele é do meu tope.”)
Topete – Ousadia, falta de respeito. (“Não tome topete comigo não, viu?”)
Torar – Arrebentar.
Transmissão – Registro hidráulico.
Trava na língua – Língua presa.
Treta / Treita – Malandragem, safadeza.
Tribufu – Negra feia.
Tripé – Homem de pau grande.
Trocar idéias – Conversar.
Troncho – Desarrumado, torto, sem equilíbrio.
Truta – Mentira, sacanagem.
U
Um mocado: o mesmo que “um bocado”.
Uma hora dessa – Qualquer hora.
Umbora? – Vamos?
V
Vagal – Preguiçoso, vagabundo.
Vai desculpando – Desculpe-me.
Vambora / Vãobora – Vamos?
Vara – Baguete, pão mais comprido.
Varapau – Sujeito alto e magro.
Vate catar! – Vá encher o saco de outro!
Vazio – Livre, disponível. (“Esse lugar tá vazio?”)
Ver miguel – Ir no banheiro.
Virado no cão – Muito puto da vida.
Vixe Maria! – Virgem Maria!
Vixe!: Virgem Maria!
X
Xaréu – Pessoal que entra no estádio de graça no final do jogo, quando abrem-se os portões.
Xibio: vagina.
Xôxa – Sem graça, insípida.
Xurumela – Papo-furado; história mal contada.
Z
Zarolho – Caolho.
Zerinho ou um / Zero ou um – Jogo tipo par ou ímpar.
Zorra – Qualquer coisa; bagunça;
Zuada – Barulho.
Zunhada – Arranhar com as unhas, unhadas.